Quem trocou financiamento do imóvel em 2019 teve redução de juros, diz Banco Central.
Dados mostram que 79,1% dos contratos em que ocorreu portabilidade foram assinados entre segundo semestre de 2015 e o primeiro de 2017.
UOL (Antonio Temóteo), Brasília 02/06/2020 15h31
Clientes que recorreram à portabilidade ou à
renegociação dos financiamentos dos imóveis com os bancos em 2019 conseguiram
reduzir os juros das operações, informou hoje o BC (Banco Central). Os dados do
BC mostram que 79,1% dos contratos em que ocorreu a portabilidade foram
assinados entre o segundo semestre de 2015 e o primeiro de 2017, período que
apresenta as maiores taxas de juros nas operações de crédito imobiliário.
Por meio da portabilidade, o cliente troca o
banco com quem tem um contrato para financiar o imóvel. Nos 4.610 pedidos de
troca concluídos, a mediana da taxa de juros praticadas foi de 7,71%, uma queda
de 2,99 pontos percentuais em relação as taxas originais. Outros 1.340
iniciaram o pedido de portabilidade, mas não concluíram porque os bancos
reduziram os juros a partir de renegociações. Nesses casos, a mediana das taxas
passou para 7,9%.
Novas regras para portabilidade
Mais 28 mil contratos foram renegociados
espontaneamente pelos bancos em que os clientes tinham contratos de
financiamento do imóvel. Nesses casos, a mediana dos juros chegou a 8%. "A
principal conclusão desta análise é que as taxas de juros repactuadas em
contratos portados ou renegociados fora do escopo da portabilidade são
compatíveis com os juros dos novos contratos realizados em taxas de mercado,
que estão em trajetória de redução e cuja média no final de 2019 era de 7,99%
ao ano", informou o BC.
Em abril, começaram a valer novas regras para
a portabilidade do crédito imobiliário. Quem tem um financiamento pelo SFI
(Sistema de Financiamento Imobiliário), no qual as taxas de juros cobradas
pelos bancos são livres, pode transferir o contrato para o SFH (Sistema
Financeiro da Habitação), no qual as taxas são mais baixas.